domingo, 2 de dezembro de 2012

‎"Aí vai, portanto, meu pensamento profundo do dia: é a primeira vez que encontro alguém que procura as pessoas e que vê além. Isso pode parecer trivial, mas acho, mesmo assim, que é profundo. Nunca vemos além de nossas certezas e, mais grave ainda, renunciamos ao encontro, apenas encontramos a nós mesmos sem nos reconhecer nesses espelhos permanentes. Se nos déssemos conta, se tomássemos consciência do fato de que sempre olhamos apenas para nós mesmos no outro, que estamos sozinhos no deserto, enlouqueceríamos.
(…)
De meu lado, suplico ao destino que me conceda a chance de ver algo de mim mesma e encontrar alguém".

- Muriel Barbery “A elegância do ouriço”.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Fábula dos porcos-espinhos


Baseado na fábula de Schopenhauer


Em um dia frio de Inverno, alguns porcos-espinhos juntaram-se para se aquecerem com o calor dos seus corpos, a fim de não congelarem. Mas eles descobriram que, quanto mais unidos, mais eles começavam a se ferir e começaram a se afastar. Quando eles se separaram, começaram a sentir frio novamente e de novo, tentaram ficar unidos, fato que provocava dor e sofrimento. Os porquinhos então resolveram ficar separados, e alguns começaram a morrer congelados. Foi então que eles perceberam que deveriam sim, ficar unidos para vencer o frio, mas não tão próximos a ponto de se machucarem e sofrerem. E assim o é, na sociedade, quando os homens se aproximam, e quanto mais os defeitos são revelados, mais os iguais se repelem e se afastam; entretanto, os mesmos perecem quando estão em solidão.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Amaroaramaromar


E... quando falta o fôlego, aprende-se a amar o ar.


Ou como rima Drummond, malamar?


Ou ainda, byronianamente, amaro-amar?


É quando dói que se pode poemar.


Melhor é bem-amar.


Pôr do sol e mar.


Poema e mar.


Mar de amar.


Fôlego e ar.


Por amar.


Rimar.


Amar.


Mar.


Ar.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

quarta-feira, 4 de abril de 2012

As árvores e o machado

Era uma vez um machado sem cabo. Compadecidas pela situação do machado, as árvores fizeram uma reunião e determinaram que uma delas lhe daria um cabo.

Eis que um lenhador, ao encontrar o machado inteiro, começou a destruir a floresta. As árvores nada puderam fazer. Apenas suspiraram ao vento e concluíram:

- Nós geramos o mal que nos acomete. Caso não tivéssemos fornecido o cabo para o machado, não estaríamos sofrendo as consequências.


Fábulas de Esopo. Recontado por Vanessa Yida