quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cinzas...

Palavras somente têm sentido quando escritas...

E ditas?

Versos só têm sentido quando sentidos...

E transmitidos?

A luz que ilumina os seres...

Só tem sentido quando aquece?

Palavras.

Reflexo da alma de quem as sente.

Vozes...

Acalento de quem as ouve.

Chama...

Quando fogueira, machuca...

Pelo excesso.

Sentir, sinto.

Mas sofro por não mais sentir que sinto.

Somente assisto, junto de outros, sombras avulsas...

...cinzas...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

ILUSÕES DA VIDA

"Quem passou pela vida em branca nuvem,

E em plácido repouso adormeceu;

Quem não sentiu o frio da desgraça,

Quem passou pela vida e não sofreu;

Foi espectro de homem, não foi homem,

Só passou pela vida, não viveu."


Francisco Otaviano de Almeida Rosa

Né...

Eis uma palavra inócua e, à primeira vista, insignificante, que traz em si uma ampla gama antitética de expressividade. É um convite à reflexão, sobre a nobre riqueza da linguagem. É como uma aglutinação entre um advérbio de negação "não", com o verbo ser, conjugado,"é", resultando no tão falado - ainda mais por falantes de etnia nipônica - "né". A semanticidade paradoxal de tal forma linguística, mais usada na linguagem oral, reflete o jogo de palavras que pode ser realizado com a fala. Afinal, uma negação gera uma afirmação/ concordância com o discurso do interlocutor. O "né" condensa em si todo o falatório "sim, eu concordo com vc", simples e direto como a fala pede para ser. E ainda, seu tom, interrogativo, mas com significado afirmativo, em sentido de concordância, é outro convite à reflexão. Tal interrogativa ainda perpetua ou finda o diálogo em um profundo: "né". Né?! Né!!