terça-feira, 2 de julho de 2013

Flor de ouro

"Tudo que é bom é difícil, e o desenvolvimento da personalidade é uma das tarefas mais árduas. Trata-se de dizer sim a si mesmo, de se tomar como a mais séria das tarefas, tornando-se consciente daquilo que 
se faz e especialmente não fechando os olhos à própria dubiedade, tarefa que de fato faz tremer". (JUNG, C; WILHELM, R. O segredo da flor de ouro)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Além


O que mais pode unir duas almas além de um sentimento etéreo,
Gerando um acúmulo de visões oníricas, existência a existência.
Tornando o não palpável imprescindível;
O corpo palpável repouso e conforto...
Um sentimento sublime que se reaviva a cada encontro,
Sob o compartilhamento de suspiros, respiração,
Entrelaços, abraços, afagos;
Tornando denso o ar a flutuar,
Transformando em leve o peso das sensações a pairar,
Esplendorosamente belas e divinamente abençoadas.
Um segundo inesquecível, esplêndido e profundo.

De corpo e alma...
Te amo, de infinito a eterno.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Os miseráveis

"O futuro pertence ainda mais aos corações do que aos espíritos. Amar é a única coisa que pode ocupar a eternidade. Ao infinito é necessário o inesgotável". (Victor Hugo)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

"O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo.
O que for o teu desejo, assim será tua vontade.
O que for tua vontade, assim serão teus atos.
O que forem teus atos, assim será teu destino."

Brihadaranyaka Upanishad IV, 4.5 apud Deepak Chopra

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

"Farto de ver. A visão que se reecontra em toda parte.
Farto de ter. O ruído das cidades, à noite, e ao sol, e sempre.
Farto de saber. As paradas da vida. - Ó Ruídos e Visões!
Partir para afetos e rumores novos".
Arthur Rimbaud

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

"Uma vida não basta apenas ser vivida: também precisa ser sonhada". Mario Quintana

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Para quem a sente.

Sentir, eis a palavra mais sublime...
Saudade, o sentimento de quem sente em toda plenitude,
Que nos eleva a alma e nos faz desejar cada vez mais,
Por uma dor que nunca cessa,
Por uma presença sempre ausente,
Mas sempre presente para quem a sente.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Inúmera


Um número. Dois, três, milhares deles. O que comprova que você realmente existe? Um número da certidão de nascimento? Um número do dia, mês, ano e hora em que nasceu? Um número de R.G.? Um número de C.P.F.? Um número de passaporte? Um número de carteira de trabalho? Um número do seu salário? Um número de vendas?  Um número da carteirinha de estudante? Um número do cartão de plano de saúde? Um número de cheques? Um número de registro em cartório de união civil?  Um número de mega-sena, dupla, lotomania etc? Um número do baú da “felicidade” (mas que despautério), um número de celular? Um número de C.E.P.? Um número no censo, um número de cartão de vale transporte, um número de placa de automóvel, um número no cartão de vale alimentação, um número no banco de ônibus, um número de amigos nas redes sociais, um número de cabeças de gado, ovinos, caprinos, suínos, equinos... Um número de quantia de dinheiro no banco(s), números de contas e número da conta; números de carros, imóveis, bicicletas, iates, motos, aviões, helicópteros... senha, as senhas, mil senhas. Um número na balança? Um número de calorias em cada alimento? Um número de roupas, sapatos, bolsas, maquiagens, perfumes, quilates... um número do sapato que calça... número da calça. Haja numeral para tanto número. Sou muito mais do que qualquer um desses números somados, multiplicados e elevados a qualquer potência. A tensegridade de forças que esmagadoramente nos impele a acreditar na vaga ideia de que números são relevantes, é o que deturpa o que mais real existe: a própria existência. Os números são dissonantes de qualquer vitalidade, são mudos, estáticos, frios e “calculistas”, literalmente (ou melhor, numericamente) falando.  Conspurcam todos os créditos de nossa existência, tornam o ser humano vil; e acreditar nos números é uma perfídia com o maior presente que Deus e todo o universo deu a cada um: o dom de ser, respirar, sentir e principalmente, respeitar - a si, aos outros, a todos.  Por fim, se o desengano impera, um número de receita, assinado por um médico com um número de C.R.M., para um número de medicamento anódino, o qual possui um número de códigos de barras. Todos têm código de barras? Será que tem um impresso na nuca de cada pessoa também? Se for, pode tirar o código de barras de minha nuca, pois meu valor é incalculável, imensurável, inestimável e infinito. Sou inúmera.

Agora, só mais um número: pode curtir.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


"E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor pensar que a última vez que se encontraram se curtiram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo."
Rubem Braga